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Filosofando
13/02/2016
 

Diz o amigo Escova que está desolado.

Viajou no Carnaval e, tanto na ida quanto na volta, năo atentou para nenhuma “filosofia de estrada”, daquelas que eram tăo comuns aos para-choques dos caminhőes do Brasil.

- O que está acontecendo com a nossa sabedoria popular?

Năo havia reparado nesse imenso vazio cultural – digo para năo magoar o amigo todo borocoxô, mesmo com a ensolarada manhă de sábado.

Tento consolá-lo e, sem muito pensar, digo que talvez todas essas, digamos, referęncias existenciais tenham migrado para a web, para as tais redes sociais.

Escova năo gosta do que ouve. Olha estático e rígido para o copo de cerveja na mesa do boteco do Sacomă, e se faz ainda mais ensimesmado.

Tento consertar o malfeito.

Vou ao celular e capto no whats algumas “pérolas” com as quais os meus chegados se identificam ao lado das respectivas e simpáticas fotos.

Leio a primeira para o amigo:

“Um dia encontro a minha paz, na praia ou na cachoeira, agora tenho que plantar na roça pra vender na feira”.

Escova esboça um sorriso, e diz:

- Faz sentido.

Leio a segunda:

“Seja mais forte do que sua melhor desculpa”.

-- Boa, boa... – saúda o amigo e pede que eu leia as demais.

“Se năo desse errado, năo seria eu”.

“Amar e mudar as coisas, me interessa mais”.

“Cada sonho que vocę deixa para trás, é um pedaço do seu futuro que deixa de existir”.

(Năo curtiu muito essa última, e balangou a cabeça.)

Continuo lendo:

“Somos responsáveis pelo que cativamos”.

“Livrai-me de todo o mau olhado, mal amado e humorado”.

“Um punhado de bem. Um punhado de mal. É só misturar com água”.

Tem em inglęs também – alerto.

“Hit the road, Jack!”

“Follow your bliss”.

-- O que é a modernidade! Pena que eu năo tenho celular.

Para terminar, leio a última do amigo e jornalista Vini.

“Continue nadando”.

Rimos, saudamos o amigo com um trago e mudamos de assunto.

- Vamos falar do quę, agora?

 
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