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A Garota de Cabelos Vermelhos

Ontem, ela ficou por aqui.
De boa, como dizem ela e
os da sua geração – todos aí
pela casa dos vinte e poucos…

Enquanto eu escrevia o post,
os olhos de menina reluziam
à espreita de uma oportunidade
que não soube ou não quis
traduzir em palavras – e me pareceu
mesmo que, a qualquer momento,
fosse invadir e tomar
a história para si…

So quando terminei o texto
e me preparava para desligar
o computador, chamou minha atenção
para a nova velha canção que
Dinoel e o Chico Buarque
escolheram para cantar…

Sobre as razões do Chico,
nada disse. Mas, divertiu-se a
cantarolar os versos…

"… a cabeça cheia de problemas.
Não importa eu gosto mesmo assim".

— Oi, Seo Autor, isso é a cara
da tal Dagmar, não é?

Ela tinha razão. Como não percebi?
Esse Dinoel muda, muda – e continua
apaixonado, foi o que pensei…

Voltei e acrescentei a observação
no fim do post de ontem…

Mas, preferi só hoje apresentar
a Garota de Cabelos Vermelhos ou,
a depender de seus humores, a Garota
de Cabelos Levemente Avermelhados…

Sim porque, além de outros tantos
mistérios e encantos, a Garota tem
esse, digamos, dom. Toda vez que está
feliz e discretamente risonha
os cabelos (cortados simetricamente
à altura do ombro, pouco mais curto)
ganham uma colaração viva, uma tom
mais magenta, como se diz nas redações…

Quando ela está assim assim,
– o namorado não telefona ou se põe
a pensar no que fazer depois da faculdade –
aí sua cabeleira perde um tantinho de
brilho e os fios vão ficando mechados,
furtacor e sem o natural realce…

Mas, a Garota de Cabelos Vermelhos
é sempre bonita porque é do bem, além
do que tem uma aura rosa – o que me
disseram ser altamente espiritualizada…

Por mais quietinha que possa parecer,
a Garota tem personalidade – senão como
ter cabelos vermelhos? E não vai na
conversa das galeras ou cai na
tola tentação dos modismos…

De verdade, de verdade, faz alguns
dias que está por aqui a rondar
o espaço imaginário e real deste
blog real e imaginário…

O que nos aproximou foi uma
dessas conversas que se tem todos
os dias sobre o efêmero conceito
de felicidade…

— … tem gosto de sorvete
de chocolate de massa. Daqueles que
nos lambuzamos pra tomar.
Ah, eu sempre me lambuzo comendo doce.
Lambuzar é com z?. Pareço criança.
Pareço criança em várias situações…

Rimos. E aí foi minha vez
de dar minha definição…

— Felicidade é encobrir o goleiro,
com um chute de longe e marcar um gol
desses que a gente não se esquece.
De preferência, num jogo debaixo
de chuva, com o placar de zero a zero
e no finzinho da partida. Oh!, delícia…

Fiquei um tantinho triste.
Há tempos não jogo mais futebol
e, apesar dos meus cinqüenta e tantos,
só agora descobri que felicidade
é coisa de criança…
E como manter vivo o moleque que
sempre fui e não jogar futebol?

Acho que ela percebeu meu impasse
e o que disse me conquistou
definitivamente…

— … Coisa da criança que preservamos
dentro de cada um de nós…

Só então entendi que a mais feliz das
felicidades chega sem que se dê conta.
A qualquer momento. Em qualquer idade.
No tempo do agora…

É como puxar, sem pressa,
um fiozinho solto de uma
enorme colcha de retalhos.
Todos da mesma cor –
A cor dos cabelos da Garota
de Cabelos Vermelhos…