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Erasmo Carlos

Foto: Instagram/Erasmo Carlos

“Erasmo, eu te amo”.

“Eu te amo, Erasmo”.

“Erasmo, já disse que te amo?”

Desconfio que foi a última entrevista de Erasmo Carlos que vi na TV.

O cantor/compositor sobrou em simpatia.

Foi num desses talk-shows que passam madrugada adentro.

Não lembro quanto tempo faz.

Erasmão estava, felicíssimo, ao lado da jovem Fernanda, sua bela esposa e companheira.

Descontraído e à vontade, ele tentou explicar aos entrevistadores como a conheceu depois de uma das tantas apresentações que fez numa cidade do interior do Estado de São Paulo.

“Qual o nome mesmo?”

Pura provocação à memória da amada.

Que, por sua vez, disse também não lembrar…

Erasmo contou que, após o show, a moça entrou com um grupo de amigos em seu camarim.

E não se acanhou em declarar-se.

“Erasmo, eu te amo”.

Disse uma, duas, três e outras tantas vezes que o Tremendão só encontrou uma forma de mudar o rumo da conversa.

Virou-se para a moça que acabara de conhecer – e não se fez de rogado. Ao citar o refrão de uma antiga canção:

– Se é assim, a partir de agora, eu também te amo, te amo, te amo.

Ao redor, todos riram da blague.

Que não era exatamente uma blague, mas um convite para nascer de novo.

A bem dos fatos, foi assim o começo de uma inspiradora realidade que, desde então, guiou vida e obra do inesquecível Tremendão.

O amigo de fé, irmão, camarada de todos nós, Erasmo Carlos, faleceu na terça-feira, aos 81 anos, no Rio de Janeiro.

Uma inestimável perda para a música popular, para nossa cultura e também para aqueles que ainda ousam acreditar no amor e no sonho.

Erasmo tinha um jeitão único de tocar a vida.

Abusava da poesia – e do romantismo.

Acreditava num mundo melhor, solidário, fraterno – e entendia a música e o amor como ponte para tal conquista.

Sabia colorir a realidade em suas canções (e mesmo em suas entrevistas).

Um cara super atencioso com todos que o procurassem.

“Um cronista raro do amor e do cotidiano”.

Assim um colega repórter o definiu para mim após uma das tantas coletivas de Imprensa que participei ao longo de sua vitoriosa carreira de cantor e compositor.

Como nada lhe respondi, pois fiquei a ruminar a observação, o próprio repórter se incumbiu de completar:

“Ele nos faz cúmplices dos sentimentos que vive em suas canções. Por vezes tão singelas; quase sempre, tão verdadeiras. Ele fala por nós”.

Lembrei a definição do amigo repórter de sobrenome Trigueirinho ainda na quinta passada (dia 17) quando soube da notícia que Erasmão era o vencedor do Grammy Latino pelo Melhor Álbum de Rock ou de Música Alternativa em Língua Portuguesa, O Futuro Pertence À… Jovem Guarda, lançado em fevereiro de 2022.

Não entendo bem dessas premiações.

De qualquer forma, achei merecido.

No álbum, Erasmo faz uma releitura (digamos, século 21) para vários hits dos idos da Jovem Guarda. Músicas que nunca havia gravado.

Escolhi uma delas.

Ouçam:

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Termino este post/homenagem com a canção que Erasmo escolheu como a que melhor se encaixa como trilha da própria vida.

Aqui, apresentada a embalar cenas do filme Roberto Carlos e o Diamante Cor de Rosa.

Acredite quem quiser:

Desde efervescentes anos 60, esse triunvirato da Jovem Guarda mudou a vida de muita gente naquelas jovens e inesquecíveis tardes de domingo.

(A minha, inclusive!)

Um adendo:

Clique AQUI para ler o post que escrevi em junho passado quando Erasmo completou 80 anos.

1 Response
  • VERONICA PATRICIA ARAVENA CORTES
    26, novembro, 2022

    Acabei de conhecer músicas ótimas dele que eu desconhecia, brigadão!

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