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Huracan

Tenho amigos que têm um time para cada estado, outro para cada campeonato internacional que mostra a TV e se divertem com essa brincadeira a sério de ser campeão disso, daquilo e daquil ‘outro.

Não sou desses.

O primeiro – e único – time que torço já me dá dor de cabeça suficiente para ‘animar’ meus finais de semana e ouvir o que quero e o que não quero na segunda [dia em que se comenta a rodada].

Nem para o pior inimigo eu desejo um 2014 como o que enfrentei.

Foi por um triz…

II.

Faço uma exceção, no entanto, ao modesto Huracan, da Argentina, que hoje enfrenta o Cruzeiro, no Mineirão, pela Taça Libertadores da América.

Não sou fanático, mas tenho lá minha simpatia pela agremiação portenha, fundada em 1908, por um motivo simples.

Quando jovem, ali, por volta dos 17, 18 anos, joguei no valoroso Huracan da Várzea do Glicério que tinha campo e sede, ali, nos confins do bairro paulistano do Cambuci, onde nasci e me criei.

Joguei no cascudão (o segundo time). Meu saudoso cunhado Valtinho jogava no principal e era uma das estrelas do time.

Old times, aqueles!!!

III.

Ainda hoje quando me perguntam qual o uniforme de time de futebol mais bonito que já vi, as pessoas se surpreendem com a resposta: era o do nosso querido Huracan – meiões cinzas, calções pretos e camisa grená, com um balão bordado no lado esquerdo do peito, onde se sobressaía a letra H [igualzinho ao time argentino que inspirou sua fundação].

Da última vez que estive em Buenos Aires, procurei uma camisa do Huracan para comprar. Aliás, compraria duas – uma para mim e outra para o Valtinho, uma das minhas referências em vida como homem e como boleiro.

Encontrei o que imaginei ser o segundo uniforme. A camisa era branca, com frisos vermelhos; mas repleta de publicidade multicolorida que maculavam a nobreza daquele manto sagrado.

Mal se distinguia o balãozinho no meio de tantos anúncios.

Fiquei tão decepcionado que preferi não comprar.

IV.

Hoje, lamento.

Não importa a cor da camisa e, sim, o tantinho da história que representa para minha memória afetiva. Além do que, poderia usá-la hoje para dar uma força aos “hermanos” (que empataram em casa o primeiro jogo) e matar um bocadinho a saudade do cunhado, amigo e ídolo, Valtinho.