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Na cidade de Dali

Foto: Museu de Salvador Dali, em Figueres/Arquivo Pessoal

Quis ser simpático (como habitualmente não sou quando viajo).

Pergunto ao meu interlocutor, no hall do hotel onde me hospedo, qual a grafia correta do nome da bela cidade de Salvador Dali.

Explico que, lá cheguei, estou encantado com o lugar, mas algo confuso.

Explico.

Nas andanças da viagem, vi que o nome foi escrito de maneiras diferentes nas placas sinalizadoras das estradas.

Qual a certa?

Figueres ou Figueras ou Figueiras?

O catalão que me atende pacientemente tenta explicar.

Demonstra um incerto ar de contrariedade nas entrelinhas da resposta que me dá.

“Figueres, lógico. Que é como diz aqui na Catalunha. Figueras, dizem os espanhóis. E vocês portugueses e brasileiros insistem em chamar de Figueiras.”

Dou-me satisfeito pelo esclarecimento.

É um fim de tarde ensolarado de uma primavera que se perdeu no tempo – e hoje relembro por oura nostalgia.

Saí do hotel para uma ronda de reconhecimento dos arredores, entrei num desses bistrôs que servem de tudo um pouco, típicos das pequenas cidades européias.

E lá me aboletei por horas. Até o delicado entardecer de céu alaranjado.

Gosto assim. Nada para fazer, nada para pensar.

Viajar é perder-se.

Vida que passa à minha frente, como se eu não estivesse ali, como se nada ao redor tivesse real importância.

Tantos anos depois, hoje sei…

Não tem mesmo.

Saudades.

Aquele foi um dia repleto de boas surpresas.

Visitei a casa onde morou Salvador Dali na litorânea Cadequés.

Soube que o casal Salvador e Gala passava ali sete meses do ano, isolado de tudo e de todos junto ao mar, no belíssimo vilarejo.

Voltei para Figueres para conhecer o museu que abriga boa parte da obra do genial malucobeleza.

Especialmente a ala das jóias me encantou.

Nunca vi nada tão criativo, tão exuberante.

Sou um homem simples do Cambuci, duro na queda e nas emoções.

O que não entendo estranho.

Há esquisitices e esquisitices.

Mas, as de Salvador Dali são imbatíveis.

Me conquistaram.

Uma canção dolente para saudar o amor de Dali e Gala…

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