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O tamanho da encrenca

(Foto: Jô Rabelo)

Não sei, campeão.

Não sei lhe dizer o tamanho da encrenca.

Nós, homens de boa fé, sabemos mais das dores da perda de um título no futebol do que das sinuosidades dos sentimentos que nos invadem.

Há mulheres que chegam chegando e a gente nem se dá conta…

Parece óbvio.

Reconhecemos logo quando as coisas acontecem assim de sopetão. Você botou os olhos na moça e vem o estalo. O coração trepida, vem aquela natural “inquietação muscular”, se é que você me entende. Aquela. Sabe qual?

Pois é…

A temperatura sobe. O mundo ao redor desaparece.

Vem aquela idéia fixa, avassaladora que alguns chamam de paixão.

Agora, quando a coisa toda acontece de mansinho, aí é que são elas.

Você convive com a moça, é sua amiga e tal. Ela bonita, tem seus encantos, competências. Mas, por um motivo ou por outro, a vê distante. Não está no rol das desejáveis. É sua amiga, caramba. Quem disse que no mundo de hoje não pode haver amizade entre um homem e uma mulher?

Vou deixar claro, meu jovem amigo.

Não vou dizer que não é possível. Mas, acho problemático.

E pelo que entendi da nossa conversa, você – desculpe a franqueza das minhas letras e até de tornar público o caso – é um bom exemplo dos riscos que corremos nós, os incautos.

A encrenca toda, descrita lá encima, a gente sabe bem como começa e como termina – embora não há certeza alguma nessa vida de meu Deus!

Um dia de tanto ir o pote ao poço, o tesão diminui, desaparece e cada um para o seu lado.

É natural da vida e dos amores.

Pelo que você me conta, a moça pisa macio em sua existência manhã, tarde e noite. É você quem liga para ela, de segunda a sexta, às 7h30, para que ela não se atrase no trabalho, onde vai encontra-lo para o primeiro café do dia. Depois, dividem as tarefas e as responsabilidades do escritório. Quando um se enrosca em alguma petição, o outro vai e socorre. Almoçam juntos e, nas horas vagas, conversam sobre música, filmes, teatro, essas coisas. Nem você, nem ela falam dos respectivos quando estão juntos.Descem juntos até o estacionamento na hora de ir embora. Você a espera sair com o carro – e só depois vai cuidar da própria vida.

Vida que, aliás, pelo pouco que sei da dita cuja, é muito mais interessante quando ela está por perto. Não é assim?

Então…

Quer saber?

Já era, meu caro.

Agora é só assumir – e para toda eternidade.

* Ah! Só mais um recado. Não precisa me convidar para ser padrinho, não. Sou tímido, emotivo. Sempre choro nessas cerimônias…