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Roteiro de viagem

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Foto: Arquivo Pessoal

Chegamos a Busto Arsizio, pequena comuna italiana nos arredores de Milão, na Itália (foto), com o sol a pino. Calorzão, pra mais de 30 graus. Começo de verão europeu, começo de uma temporada de 20 dias para o escriba e familiares. Um compromisso social – casamento de minha sobrinha-neta, a Stephany, na Grécia – eis o motivo das propaladas andanças pelos dois países.

Não, não se anime, nem se iluda, caro leitor.

Mais ou menos por essa época. Só que… foi no ano passado.

Sniff!

O tempo passa, o tempo voa – como ensinou aquele antigo jingle do banco que nem mais existe.

Três ou quatro moedas de um euro que hoje encontro assim, do nada, no canto de uma gaveta (valem uns 20 reais hoje, que bom!) me trouxeram a lembrança daqueles dias – e, de certa forma, veio também a cobrança ao negligente cronista.

Nada escrevi sobre a viagem.

A primeira – e única – que fizemos a cruzar o Atlântico depois – ou ainda em meio – à pandemia.

Mereceria algumas linhas. Por mais despretensiosas que fossem.

Afinal, sempre que viajo faço lá observâncias e anotações que, posteriormente, e inadvertidamente, transformo em crônicas/posts.

Desta vez, nada escrevi.

E, vale dizer, assunto não faltou.

Foram tantos momentos bonitos, e outros muitos perrengues próprios às viagens que se faz assim meio que de impulso.

Esqueçamos os dissabores, como aquele que bloqueou meu cartão de viagem logo na primeira compra ainda no freeshop do aeroporto de Malpensa, e falemos do que nos fez feliz.

Ser feliz é tudo que se quer.

Ou não?

Poderia escrever sobre dias de sol e festas em Hydra, pequena ilha a duas horas de barco de Athenas, seu casario branco, o movimentado ir-e-vir das embarcações no cais e o irrepreensível pôr do sol, dos mais fascinantes que vi.

Poderia lhes falar também do abrasador calor de Athenas, das ruas centrais do bairro de Monastiraki abarrotadas de turistas de todas as partes do mundo. Não sei o que lá comemoram, mas há um clima ininterrupto de festa e coloridas celebrações.

Talvez eu pudesse tentar descrever a sensação do assistir aos pungentes raios solares batendo – oblíquos mas não dissimulados, como o olhar de Capitu – nas formidáveis formações rochosas que, impávidas, sustentam as seculares aldeias das Cinque Terre num contínuo e imponente desafio às águas platinadas do Mediterrâneo.

Por outra, uma crônica caprichada mereceria os (de)volteios a bordo de um possante Opel que demos pela Riviera Italiana a partir da acolhedora Marina de Carrara, onde nos hospedamos. E nos fartamos com delicioso café da manhã. Ainda agora relembro saudoso o cheiro de croissant quentinho e recheado a entrar pelo quarto do apartamento às primeiras horas do dia.

Ô gula!

Miam, miam, miam…

Tudo ao seu tempo, certo?

Por hoje quero me fixar – e ainda no campo gastronômico – na aprazível estada de algumas horas – entre um voo e outro, aproveitando o tempo de escala – na pacata e bela Busto de Arsizio naquele início da tarde de um sábado que se perdeu no tempo.

Moraria ali tranquilamente.

Para ser sincero, dispensaria o almoço naquela cantina metida a moderninha, na praça central (Até que deu pro gasto). Mas, bateria ponto no arremedo de boteco na estação ferroviária, onde tomei o melhor capuccino de toda minha trôpega e esculhambada existência.

Deixou saudades!.

(Desconfio que as moedas que hoje encontrei vieram de troco da nota de 10 euros que eu dei ao senhor que nos atendeu. Gracie mille, amici!)

Ainda nenhum comentário.

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