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Viver a vida

Estréia hoje a nova novela das oito. Assinada por Manoel Carlos.

É garantia de bom texto.

Aliás, o nome por si só já é um achado.

Viver a Vida.

Coisas do Maneco, diria o saudoso amigo Nasci, naquela velha redação de piso assoalhado e grandes janelas, onde dei meus primeiros passos como repórter e por lá fiquei longos anos.

Lá também convivi com Ismael Fernandes, outro amigo raro que também se foi.

Era especialista em telenovela. Autor do livro Memória da Telenovela Brasileira, obrigatório a quem estuda o gênero, uma das marcas da TV brasileira no mundo.

Ninguém sabia mais do que ele sobre o assunto.

Quer dizer…

Dia sim e outro também, surgiam animadas polêmicas entre o Nasci e o Isma.

Isma tinha na ponta da língua o histórico das novelas, os detalhes da produção, a biografia dos autores, diretores e atores.

Nasci tinha a vivência. Havia trabalhado na TV Record em sua fase áurea, era produtor do Blota Júnior Show e do Sábado Com Você, com Sônia Ribeiro, entre outros.

Trabalhara com Manoel Carlos, a quem chamava de Maneco e dizia ser o melhor texto da TV, já naquela época.

— Único problema é que ele não é lá de respeitar os prazos, afiançava o Nasci. – Atrasa a entrega dos capítulos, o que causa grandes problemas para a produção e mesmo para os atores.

— Imagine, Nasci. Ele é ótimo. Além do que, atrasos assim são comuns no decorrer de meses e meses de trabalho diuturno. Não é fácil, defendia o Ismael.

— Concordo que ele é ótimo, mas…

As discussões eram acirradas, e divertidas. Nós, uma privilegiada platéia a concordar ora com um, ora com outro.

Nasci gostava de provocar o Isma que, por sua vez, gostava de exibir todo seu conhecimento sobre o assunto.

Li em algum lugar que esta pode ser a última telenovela de Manoel Carlos. Imaginei os dois a discutir a notícia.

— É mais um factóide para divulgar a novela, provocaria o Nasci. – Conheço o Maneco, adora escrever.

— A gente nunca sabe, Nasci, rebateria o Isma.

De qualquer forma, lembranças à parte, achei primorosa a escolha de Taís Araújo para a derradeira Helena. Não costumo acompanhar novelas por força do horário em que trabalho. Mas, seguramente darei uma ou outra espiadela, inevitável. Em todas elas, estou certo, vou admirar o belo texto de Maneco – seja esta ou não sua última novela –, contemplar a bela Helena e saborear a saudade dos grandes e inesquecíveis amigos.

FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua