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Senhora Aparecida

Estive em diversas ocasiões em Aparecida do Norte.

Que bem me lembre, nenhuma delas fui como romeiro. Ou seja, com a finalidade precípua de visitar o santuário que abriga a imagem milagrosa da Padroeira do Brasil que, em todos os 12 de outubro, como hoje, se reverencia e guarda como data santificada, feriado nacional.

Como não me é raro o ir-e-vir pela Dutra e o Vale do Paraíba, vez ou outra dou uma paradinha por ali para uma visita ao templo. Não é comum, ando sempre atrasado, na correria, sabem como é, né? Também não é difícil que aconteça.

Tenho um amigo, que também vive nessa movimentação pelo Vale, que foi bem sincero na resposta quando lhe comentei se ia muito a Aparecida:

— Depende.

— Do tempo? – eu perguntei.

Ele respondeu:

— Das minhas aflições.

Um pouca lá, outro tanto cá, suspeito que todos somos assim.

Na hora agá, no dia dê, a bênção da Padroeira nos traz a paz de espírito e as certezas que tantos procuramos.

Lembro-me de certa viagem que sozinho aos confins do Vale. Não vivia lá um grande momento e, naturalmente, embiquei o carro para a entrada da cidade assim que vi a placa de Aparecida.

Estava que estava, desacorçoado mesmo.

Tanto que resolvi deixar o carro distante uns cem metros, no enorme estacionamento que existe ao redor do santuário.

Era uma tarde de sol, de um quente e abafado verão.

Fiz minhas preces lá dentro e, em breves minutos, estava de volta para seguir viagem.

Enquanto caminhava para o Fiat Uno verde-escuro, de tantas e boas, desabou uma pancada de chuva – e não havia como escapar. Cheguei encharcado ao carro, mas com a alma leve, lavada e enxaguada em o que entendi como uma bela resposta da Virgem, um alívio para os meus ais.

Antes que desse a partida, a chuva parou – e o céu enfeitou-se com um belo arco-íris.

Pode ter sido uma grande coincidência, sei lá. Mas, sempre recordo docemente desse tarde de chuva e sol.

Não consigo lembrar o que foi que pedi à Santa.

Sei, no entanto, que, desde então, muitas coisas boas me aconteceram.

Por obra e graça da Senhora Aparecida.

* FOTO NO BLOG: Camila Bevilacqua