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Sobre jornalismo esportivo

O João Paulo (“pode me chamar de JP”) passou no vestibular de Jornalismo.

Parece ser um garoto esperto – e me procura para saber qual a minha opinião sobre o jornalismo esportivo que hoje se pratica.

Digo a ele que não tenho opinião formada sobre o assunto.

A bem da verdade, não me ligo tanto no assunto desde que parei de dar aulas no pós da FAAP sobre História do Jornalismo Esportivo.

(Foi em 2014, se não me engano; primeiro semestre.)

Hoje falo mais como um torcedor do que como um especialista.

É fundamental que você se entenda como um jornalista na acepção do termo, digo a ele. E assim respeitar a verdade factual e as funções crítica e fiscalizadora.

Quais são minhas críticas ao jornalismo esportivo, pergunta-me o JP.

O que lamento, em muitos casos, é a “Síndrome de Thiago Leifert” que se abateu sobre grande parcela dos nossos cronistas. Deram para ser engraçadinhos, fazer piadas ou armar o circo em cima deste ou daquele tema. Misturam jornalismo e entretenimento, trazem cantores para dar uma canja, artistas para falar do clube preferido e por aí vai.

Vira um “Esquenta” improvisado e a informação, ó, ladeira abaixo…

(…)

Também não gosto quando se dá o oposto. O jornalista se põe a cientificar a partida de futebol como se tudo ali fosse programado, previsível à luz dos sistemas táticos. E, sobretudo, dos amplos conhecimentos que o próprio ostenta ter sobre o certo e o errado do Planeta Bola.

Também não é assim.

O Sr. Imponderável de Almeida, como bem definiu Nelson Rodrigues, é personagem mais do que presente em nossos gramados.

É o que dá magia ao futebol.

Prefiro mesmo a informação precisa, objetiva. Sem especulações. Prefiro a análise ao comentário.

(…)

O que não suporto mesmo (nem em discussão de boteco) é quando o jornalista se põe a escalar os melhores de todos os tempos deste ou daquele clube ou mesmo da própria seleção.

Essas comparações são sempre absurdas.

E acabam em injustiças descomunais.

Ainda nesta semana ouvi de um comentarista (da Rádio Bandeirantes, creio) dizer que o Edmundo foi o maior camisa 7 da história do Palmeiras.

Penso que seja um jovem que não viu Julinho jogar…

Querem absurdo maior?

Enfim…

Quando muito, penso que o jornalista (ou qualquer um de nós) pode escalar a bel prazer os melhores que ele viu jogar. É mais sincero, é mais honesto.

Não induz o leitor/ouvinte ao erro…

(…)

O JP quer que eu escale o meu Palmeiras de todos os tempos?
Leão, Djalma Santos, Djalma Dias, Luis Pereira e Geraldo Scotto, Dudu e Ademir da Guia, Julinho, Mazzola, Vavá e Chinesinho.

Meu velho pai escalaria Rodrigues, Canhotinho, Luís Villa, Ponce de Leon, Junqueira, Valdemar Fiume, Jair da Rosa Pinto, Oberdã, entre outros…

Meu filho incluiria o Marcos, o Evair, o César Sampaio…

– Valdívia?

Não. Desconfio que o Mago, não…

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