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Tatiana

Para ela, a boneca Emília, do Sitia do Pica Pau Amarelo, é a maior heroína da literatura brasileira.

Sempre que dizia essa frase, fazia questão de desculpar-se com Capitu, a intrigante personagem de Som Casmurro.

Nem Emília, nem Capitu, se pudesse escolher, queria mesmo ser uma bruxa boazinha, do bem. Que encantasse as crianças de todas as idades, de todo o Planeta.

Por isso se fez escritora, sem que se desse conta, sem querer querendo.

Há um certo feitiço na função que para ela nunca foi profissão; e ,sim, um saboroso hobby.

Gostava de ler, é natural que um dia se poria a escrever.

Foi o que aconteceu.

Em seus textos, primou pela imaginação, pela fantasia.

Afinal, disse em entrevista, o livro é um objeto mágico, muito maior por dentro do que por fora.

“Por fora, tem a dimensão real, mas dentro cabe um castelo, uma floresta, uma cidade inteira”.

Cabe o sonhar.

E há coisa mais linda – e infinita – do que o tenro sonhar de uma criança?

Um sorriso dessa mesma criança, talvez.

Ou a satisfação de quem como ela incentivou o sorrir e o sonhar de tantas e tantas gerações.

Todo o meu afeto e a minha reverência à Tatiana Belinky que morreu ontem, em São Paulo, aos 94 anos.

(* Post de número 1981)